Cirurgias para Câncer urológico

Câncer de Próstata

A Prostatectomia Radical – A cirurgia consiste na remoção da próstata, das vesículas seminais e parte do ducto deferente. Após a remoção destas estruturas, o cirurgião faz a aproximação da uretra remanescente com a bexiga através de uma sutura com pontos e é colocada uma sonda vesical, que permanecerá por cerca de 10 a 14 dias, período em que ocorrerá a cicatrização desta sutura. A recuperação, em geral, é rápida, com paciente recebendo alta em aproximadamente 2 a 3 dias.Os pacientes operados, após retirarem a sonda vesical, apresentarão incontinência urinária por um período de poucos dias a até 3 meses, alguns podendo demorar mais para recuperar a continência urinária. Cerca de dez por cento poderá ficar incontinente permanentemente sendo necessário tratamento posterior.Outra complicação bem conhecida é a disfunção erétil, que acomete cerca de 50% dos homens com boa função sexual antes da cirurgia.

Câncer de Bexiga

a) Ressecção endoscópica de tumor de bexiga é  indicada para tumores superficiais da bexiga. O cirurgião, com auxílio de uma pequena câmera introduzida pela uretra (canal da urina), localiza e resseca o tumor utilizando uma alça metálica acoplada a um bisturi elétrico. Resseca “fatias” de cerca de 5mm de largura e ao final da cirurgia as remove com um evacuador de fragmentos.

b) Cistectomia radical é o tratamento de escolha para câncer de bexiga que invade a camada muscular da bexiga. Consiste na remoção da bexiga e próstata nos homens;  da bexiga, útero, ovários e parte da vagina nas mulheres. A reconstrução do trânsito urinário é feita utilizando um segmento de intestino delgado. Pode ser feita de forma incontinente, onde os ureteres são conectados em um segmento de íleo que é exteriorizado pelo abdome, fazendo com que a urina saia livremente por este orifício e fique coletada em um coletor plástico aderido à pele. Este tipo é chamado de urostomia. Também pode ser feita de forma continente, quando é confeccionado um reservatório com um segmento de íleo, e este é conectado a uretra do paciente, e os ureteres são também conectados ao novo reservatório. Este tipo é chamado neobexiga ileal ortotópica.

É uma cirurgia complexa e demorada, demanda de pelo menos 10 dias de internação, a recuperação é lenta e gradual. O paciente ficará de jejum por alguns dias e deverá ter a dieta reintroduzida lentamente. O trabalho em equipe envolvendo nutrição, fisioterapia, médicos e enfermagem é fundamental para o sucesso desta cirurgia.

Câncer Renal

Nefrectomia é o termo médico usado para referir-se a retirada de um dos rins. A cirurgia é indicada em casos de tumor maligno, perda da função renal e em casos de transplante do órgão. A nefrectomia pode ser parcial, total ou radical

A nefrectomia parcial é recomendada para pacientes com tumores ou lesões localizadas na periferia do órgão. Como o rim é um órgão bastante vascularizado, a nefrectomia parcial é realizada com o clampeamento dos vasos sanguíneos que irrigam o rim, até que todas as suturas tenham sido realizadas. Se o tempo de clampeamento for prolongado, o rim poderá ter seu funcionamento prejudicado. Portanto é uma cirurgia que demanda habilidade e rapidez do cirurgião. As complicações possíveis deste método são vazamento de urina pelo rim e sangramentos tardios.

A nefrectomia total, por sua vez, consiste na retirada total do rim. Em casos de câncer de rim, com tumores volumosos, pode ser necessária a remoção da glândula adrenal e do tecido adiposo em sua volta. Neste caso a cirurgia é denominada de nefrectomia radical. Tanto a nefrectomia parcial como a total e a radical podem ser feitas por via aberta, laparoscópica ou robótica.